Resenha:
E se o amor não existisse? O afeto, o carinho, nossos pais, a família não existisse? Dizem que só sabemos o valor que a felicidade e uma vitória tem, se passamos por alguma triste é uma derrota. Entretanto, nesse novo mundo, nada disso é real. A felicidade é constante e caso você se sinta desconfortável com algo, basta tomar uma dose de soma para se sentir feliz e leve novamente. Também não é possível criar e estabelecer relacionamentos, pois um pertence a todos.
Para as pessoas desse novo mundo, o tempo só começou a contar depois de Henry Ford, o primeiro de uma linha de sucessão que cria objetos e medicamentos para uma sociedade que vive em perfeita paz e harmonia. Todos são fabricados em laboratórios, existindo milhões de gêmeos, mas separados de acordo com sua função(Alfas, Betas, Ípsilons etc). Ou seja, raramente se encontra alguém que seja completamente diferente dos outros. Todavia, ainda existem pessoas que não se conformam com a forma que essas pessoas vivem e, através de atitudes e conversas, eles conseguem se expressar verdadeiramente.
Uma dessas pessoas se chama Bernard, um homem importante na sociedade, mas que sente diferenciado, recusando até a tomar o soma. Para poder conhecer ainda mais sobre a vida e ver se concorda ou não com o mundo em que vive, ele faz uma viagem até os selvagens, uma espécie que não vive na limpeza e que ainda acredita em família e casamento. Chegando lá, ele se aprofunda nessa cultura e conhece John, um garoto diferente de todos os selvagens que ali vivem e que adora Shakespeare e, para ajudá-lo, Bernard resolve levá-lo até o que John chama de "admirável mundo novo".
Em meio a uma sociedade que não pensa, apenas decora e repete o que lhes foi ensinado, será que John se adaptará? Ou será que suas raízes com os selvagens falarão mais alto e o impedirão de concordar com toda a luxúria ali presente? Descobertas estão prestes a serem feitas por todos, incluindo comportamentos e situações inimagináveis e para muitos, desagradáveis.
Opinião:
Admirável Mundo Novo é uma distopia com grande negatividade sobre o futuro da nação, pois através dele podemos notar que Huxley denuncia pesadelo de a sociedade se tornar parte de uma política totalitária fascinada pelo progresso científico e a felicidade obrigatória. E, embora a história se passe no futuro, podemos perceber que a alienação constada no livro, já está presente em nosso cotidiano, o que, de certa forma, é o início desse sonho ruim.
Acredito que ler esse romance, nos alerta para o que está ocorrendo atualmente em nossa sociedade, onde o materialismo é constante e a coisificação das pessoas é concomitante a ele. Vemos que as manipulações que ocorrem no livro, também estão bem presentes no nosso dia a dia através da mídia que quer controlar nossas opiniões e pensamentos.
Eu aconselho que todos você leiam para saber mais sobre um possível futuro pra toda tecnologia que temos hoje. O livro, apesar de ser um pouco entediante na parte introdutória, tem uma história cativante e literalmente admirável.
O personagem John que é chamado de "o selvagem" é um dos meus favoritos, pois além de ser um leitor ávido amante do romance, ele tem dúvidas que surgem até mesmo nas nossas mentes e que depois são explicadas no contexto.
"Esse é o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer."
"O valor de uma coisa não está na vontade de cada um. A sua estima e dignidade vem tanto do seu valor real, intrínseco, como da opinião daquele que a tomou."
"É preferível o sacrifício de um à corrupção de muitos."
"Esponjar-se na lama não é a melhor maneira de ficar limpo."
Autor: Aldous Huxley.
Páginas: 314.
Editora: Biblioteca Azul - Globo Livros.
Embora o livro tenha sido escrito a muito tempo atrás, espero que vocês deem uma chance para essa distopia quase utópica e que depois venham me contar o que acharam dessa crítica à sociedade futura!
2 comentários
Gostei! ♥
ResponderExcluirObrigada <3
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