Sejamos Todos Feministas - Chimamanda Ngozi Adichie

A resenha de hoje é um pouco diferente, pois o livro merece um destaque especial. Afinal, ele não é uma estória e sim, um discurso feminista de uma garota que cresceu sendo reprimida e que lutou para ser o que queria em um país onde a frase "feministas são mulheres infelizes que não conseguem arranjar marido" era pronunciada inúmeras vezes, toda vez que ela tentava lutar pelos direitos que todo ser humano deve ter.
Nesse livro, Chimamanda descreve fatos que ocorreram durante sua vida que colaboraram para que ela percebesse o quanto o problema de gênero é nítido e precisa ser resolvido.
Ela também cita situações que continuam ocorrendo e que muitas vezes ninguém nota, como por exemplo, o fato de o garçom quase nunca se dirigir a mulher ou de sempre achar que o dinheiro da garota provém do seu acompanhante.

Aliás, em seu discurso, a autora não fala constantemente sobre o significado da palavra feminista ou o que ela representa, visto que seu discurso é voltado para todos os públicos (masculino e feminino) e, por isso, o foco de suas palavras é atingir um ponto importante da sociedade atual: a desigualdade de gênero. Sendo que um ótimo exemplo utilizado por ela é o modo como criamos as crianças, ensinando as meninas a se importarem com o que os meninos pensam, mas não fazendo o mesmo ao contrário, o que gera seres humanos desprovidos de consciência e acomodados.
O livro apesar de ser curtinho, nos ensina e abre nossos olhos para que haja compreensão racional e emocional de todos os eventos que vem se desenrolando desde que houve a criação do mundo. Pois, embora alguns problemas estejam mais evidentes hoje em dia, o machismo e a desigualdade existem a muito tempo, revelando que a hipocrisia e a negação do ser humano nunca foram interrompidas, dado que assim como Chimamanda afirma em seu discurso "se repetimos uma coisa várias vezes, ela se torna normal" e é exatamente isso que acontece: de tanto falarmos algo, passamos a acreditar que aquilo existe e que é normal, quando na verdade, estamos tampando os próprios olhos para aquilo que não só é uma adversidade, como pode vir a ser um crime.